quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A Lisboa das 7 colinas, quase para todos.

Há uns dias subia a rua onde trabalho e consegui lembrar-me o porquê da tão característica expressão "Lisboa das 7 colinas". Veio a crise e de repente conseguimos pedalar nas colinas, ultrapassar os nossos limites e desafiar a capacidade e vigor, mas ainda temos alguns problemas na locomoção de todos na nossa cidade. 
Trago-vos hoje o exemplo de uma pessoa que tenho visto com alguma regularidade, ainda ontem estava parqueada numa zona de táxis aguardando que fosse possível deslocar-se sobre o alcatrão, visto que a cadeira elétrica que temo não lhe permite deslocar-se sobre o passeio alfacinha pela quantidade de obstáculos que tem.
Aos poucos parece que vamos começando a olhar para o espaço público como um bem, devendo ser preservado e melhorado, permitindo que todos - sem exceção possa usa-lo.


Foto tirada na Rua Nova da Trindade no início de um dia de trabalho
Há uns anos atrás, nos tempos da licenciatura em Ergonomia, falávamos bastante no conceito do design universal e da acessibilidade para todos. Lembro-me perfeitamente de observarmos o espaço público e notarmos que fazia falta vencer o desnível acentuado, remover os obstáculos da via pública, transformar o tipo de informação que dávamos aos peões, entre outras questões - infelizmente hoje só tenho pensado nos locais de trabalho em que vou intervindo.

Noto agora que estamos em contra relógio, uma vez mais, pois temos em discussão pública nestas férias, sim desde 1 de Agosto, a "Proposta Global do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa" terminando este período a 31 de Outubro, tal como publicitado pela autarquia da nossa Capital.

Embora este projeto possa parecer ver a luz do dia neste momento, não posso deixar de referir que esta ideia veio a público pela primeira vez em Junho de 2009, curiosamente já depois de muita discussão e partilha desde a publicação da conhecida Lei da acessibilidade através do Decreto-Lei 163/2006, de 8 de Agosto (apenas oito anos depois do Decreto-Lei 123/97, de 22 de Maio, que fazia um primeiro enquadramento do espírito da lei e foi revogado por este diploma).

Lisboa tem agora oportunidade de resolver alguns desafios, resta saber se o facto de estar de férias durante este período não a impedem de ser esclarecida e de poder participar no processo de tomada de decisão.







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