quarta-feira, 12 de março de 2014

Futuro de Lisboa - As pedras da calçada podem vir a chorar?

Infelizmente não consegui participar no debate o "Fado da calçada Portuguesa", este realizou-se a 6 de Março de 2014, uma iniciativa que trouxe para a mesma mesa acessibilidade, património e política.

Fig. 1 - Emblema da Cidade de Lisboa em Calçada Portuguesa na Av. Almirante Reis (27/06/2013)

Registo com bastante alegria uma citação  retiro do artigo do jornal "O Público":

"Pedro Homem de Gouveia, coordenador do Plano de Acessibilidade Pedonal da Câmara de Lisboa (CML), afirmou que “a cidade não está preparada para o tsunami demográfico que está a acontecer” – o envelhecimento da população"

Isto só me acresce uma preocupação, mas afinal os executivos autárquicos têm centrado a sua ação em manter a cidade na mesma situação demográfica ou será que temos tido ação para inverter a perda populacional (e talvez civilizacional)?

É simples a resposta, basta olharmos os documentos produzidos nos últimos tempos e observamos rapidamente que a Câmara Municipal de Lisboa, esboçou uma visão integrada para o envelhecimento ativo da sua população idosa, sendo o trabalho nas áreas de competência da Vereadora Ana Sara Brito, tendo vindo a público o Plano Gerontrológico Municipal.

Infelizmente ainda não consegui foi encontrar nenhum Plano Municipal para as crianças e jovens, até mesmo a própria prática dos Conselhos Municipais tem estado bastante aquém do expectável nesta Lisboa participativa e que começou a funcionar em rede.

Mas voltando ao tema da calçada, este debate tem sido focado no domínio da preservação do património cultural e histórico, nos traumatismos tíbio társicos e na alternativa por superfícies empedradas, o que me faz resgatar a rábula do Ricardo Araújo Pereira sobre este tema:

Vídeo 1 - Programa Mixórdia de Temáticas 15 "Pela Calçada Portuguesa"

Temo que Lisboa caminhe para uma eterna questão sobre materiais de construção e pouco sobre o investimento na pessoa, só espero que todo este debate, que é importante fazer-se, não consuma todas as energias sob pena de qualquer dia termos apenas as pedras da calçada a chorar pela falta de juventude em Lisboa.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Comunicação deficiente - Obras públicas

Alguns certamente que conhecem esta histórica Escola Secundária de Lisboa, apesar dos diferentes nomes pelo qual o edifício possa ser chamado, é comumente designado como "O Rainha" podendo ser considerado intemporal.

Numa qualquer terça-feira de Carnaval, no ano de 2014, talvez pela ausência de feriado encontrava-se aberto e resolvi registar as alterações deste edifício.

Fig. 1 - Vista da E. S. Rainha D. Leonor - Lisboa (4/03/2014)
De facto esta escola sofreu uma grande intervenção com vista à sua modernização em 2009, visto que a instalação deste liceu datava dos anos 60.

Houve uma obra de ampliação interessante e uma preservação ampla das antigas instalações, aproveitando este período de 2009 - 2011, durante as intervenções da Parque Escolar, para promover a sua melhoria global.

Aviso já que não entrei no edifício, fiquei-me pela portaria atual e noto que esta não é de facto a porta originalmente planeada para o edifício.

Nesta obra de melhoria, uma fácil constatação prende-se com a deslocação da porta principal, permitindo um novo acesso às instalações, existe inclusive nessa porta uma passadeira de peões (visível na figura 1) mas...

Fig. 2 - Vista do antigo acesso do edifício da E.S. Rainha D. Leonor (4/03/2014)
É verdade, segundo relatam algumas pessoas com quem falei houve uma intervenção, posterior à conclusão das obras, onde finalmente sinalizaram bem o local de passagem destinado ao acesso dos estudantes.
Fig. 3 - Vista do acesso rodoviário à antiga porta da E.S. Rainha D. Leonor (4/03/2014)
Ao que parece enganaram-se no local de aplicação dos elementos que devem garantir a segurança dos estudantes no atravessamento desta rua, mas diga-se em bom rigor, que tudo está bem contemplado:
- Sinalética vertical coerente e visível;
- Sinalização horizontal (pavimento colorido);
- Alteração de material do pavimento (informação tátil diferente para o condutor)

Agora só falta mesmo é colocar toda a boa prática no local certo.

terça-feira, 4 de março de 2014

Acesso à informação na Internet

Em pleno século XXI os grandes centros urbanos, como é o caso de Lisboa, transformaram-se em zonas de suporte para atividades de trabalho e lazer, enquanto mantém, em algumas porções de território, a possibilidade de ser residência de vários núcleos familiares.

Todos estes motivos de curiosidade ditaram, regra geral, uma presença forte na internet e redes sociais.

Lisboa não ficou de fora e tem promovido há já alguns anos o sítio oficial de internet e mais recentemente uma presença oficial na rede Facebook

Fig. 1 - Imagem retirada do facebook oficial da CML

Não nos podemos esquecer que, a ainda em curso, reforma administrativa, tem também como objetivo a descentralização de serviços e apela a uma melhor cooperação entre as 24 freguesias e os serviços do Município.

Apesar de ser fácil falar sobre as vantagens e desvantagens deste novo modelo de organização autárquica, talvez este seja um bom momento, para pensarmos um pouco mais sobre a acessibilidade da comunicação.

A Lisboa do século XXI, tem sido bastante bem cotada na visão turística e tem sido extensamente galardoada (ex. "os óscares do turismo"; "cidade mais cool da europa pela CNN"). Começam até os movimentos para elevar algumas zonas históricas da Cidade de Lisboa a Património da Humanidade.

Mas a Lisboa que surge neste início de 2014 é uma tentativa de trabalho em rede descentralizada, através da delegação de competências que são fundamentais para a manutenção de uma cidade moderna, cuidada e que continue a dar resposta às solicitações de moradores, turistas, estudantes e trabalhadores.

Todo este movimento de mudança desperta a necessidade de informação clara e de qualidade, muitas vezes em tempo real e disponível através de uma política de comunicação, pelo menos, 2.0.

Dou-vos como exemplo este próprio Blog, afinal de contas ele é pessoal e utiliza uma plataforma gratuita e generalista de produção de conteúdos. Resolvi utilizar o acess monitor, para verificar o nível de conformidade deste espaço e fiquei bastante preocupado com o resultado... mas e se fizermos o mesmo teste para outros sítios de Internet, por exemplo dos nossos orgãos autárquicos?

Muita conversa técnica poderia chegar a partir daqui, mas os resultados são de simples leitura numa escala do nível de conformidade que é crescente de "A" a "AAA". Se no caso deste espaço gratuito, sem preocupação e gratuito obtive uma classificação "A" o que dizer de autarquias que obtêm a mesma classificação?

Sobre a comunicação através da internet importará destacar que no passado dia 26 de Fevereiro de 2014, o Plenário do Parlamento Europeu deu um passo decisivo na afirmação de tornar os serviços públicos acessíveis também através da internet, ou pelo menos teremos criado alguma direção para os próximos 5-6 anos na transposição para o direito dos Estados Membro.

Poderemos achar que estamos a dar um passo na direção certa e que melhoraremos a nossa política de e-government, mas surpreendam-se por saber das notícias recentes de bom posicionamento Português.

Não esquecer que a acessibilidade na internet tem já um historial antigo, fundada na experiência de 25 anos do W3C, apesar de Portugal ter dado os primeiros passos sérios na integração do cidadão com deficiência na sociedade da informação através da Resolução do Conselho de Ministros nº 96/99, de 26 de Agosto (entretanto atualizada pela RCM 155/2007).

Será que caminharemos na caminho de uma verdadeira acessibilidade à informação, também no formato moderno do on-line?